domingo, 27 de junho de 2010

A lua

Sob certo ponto de vista, não é incorreto afirmar que o terceiro planeta a partir do Sol é duplo, isto é, são dois planetas girando em torno de um centro comum de gravidade. Mas ao mesmo tempo podemos dizer que a Lua é um satélite da Terra!

O aparente paradoxo está na definição desses termos. Sempre que dois (ou mais) corpos celestes compartilham uma mesma órbita em torno do Sol chamamos o maior de planeta e o(s) outro(s) de satélite(s). Ainda que um deles seja só 1% maior que seu companheiro, teremos um planeta e um satélite.

O termo “planeta duplo”, contudo, ainda não foi bem definido, mas também tem a ver com a massa dos objetos. Normalmente um satélite tem milhares, às vezes milhões de vezes menos massa que seu planeta. No sistema Terra-Lua a correlação de massa é 1/81 (isto é, a Lua tem 81 vezes menos massa que a Terra).

A relação de massa entre Terra e Lua só perde para o sistema Plutão-Caronte, com 1/8 (os astrônomos geralmente concordam que Plutão e Caronte formam um sistema duplo). Porém, no nosso caso, o centro de gravidade do sistema fica no interior da Terra, ainda que não no centro do planeta (veja explicação a seguir), de forma que nem todos os astrônomos concordam com a classificação “planeta duplo” para Terra e Lua.

É possível que a descoberta futura de planetas extra-solares com luas e parecidos com a Terra forcem a uma definição mais formal desse termo.

Baricentro
Satélites proporcionalmente massivos forçam o planeta a girar em torno de um ponto denominado baricentro, que no caso do sistema Terra-Lua está localizado exatamente ao longo da linha que conecta o centro de massa da Terra com o centro de massa da Lua. A distância média entre esses centros é a distância Terra-Lua, ou seja, 384.405 quilômetros.
A distância do centro da Terra ao baricentro é de 4.641 km. Perceba que a Lua não gira em volta do centro de massa da Terra (ou mesmo de um ponto próximo). Ambos, Terra e Lua, giram em torno do baricentro, situado a 1.737 quilômetros abaixo da superfície terrestre.

Se viajássemos numa nave espacial até uma certa distância veríamos Terra e Lua dançando como um par de bailarinos no espaço. Se fossemos ainda mais longe, de modo que toda a órbita terrestre pudesse ser contemplada, perceberíamos que a Terra não segue rigorosamente seu traçado orbital. Quem faz isso é o sistema Terra-Lua.

Mundos irmãos
HÁ MUITAS OUTRAS COISAS CURIOSAS a respeito do sistema planetário do qual fazemos parte. A distância da Lua a Terra é de aproximadamente 60 raios terrestres, maior que a grande maioria dos satélites próximos.
Se a LUA estivesse IMÓVEL iria CAIR NA DIREÇÃO DO SOL e não da Terra

Conhecidas as massas e distâncias, é fácil calcular as atrações gravitacionais que o Sol e os planetas exercem. Fazendo isso você descobrirá, para seu espanto, que no caso da Lua a atração do Sol é 2,2 vezes maior que a exercida pela Terra. Isto significa que se a Lua estivesse imóvel, iria cair na direção do Sol e não da Terra!
A rotação da Lua em volta da Terra se dá num período de aproximadamente 27 dias. Seu percurso não é circular. A Lua ora fica mais perto, ora mais longe de nós, e algumas vezes está adiantada, outras vezes atrasada. No final acaba sempre mostrando a mesma face para a Terra, mas com uma pequena oscilação que nos permite ver um pouco mais que a metade, ou 59% da superfície lunar. É a chamada "libração óptica da Lua".


Se hoje ela gira em volta da Terra é porque já girava no passado – a Lua não é um corpo celeste capturado. Em termos de composição, origem e evolução, ela é semelhante a qualquer planeta terrestre.


Foto Lua-Terra:

O que aconteceria se não tivessémos Lua
Sombra e dias curtos
SEM A LUA NÃO HAVERIA ECLIPSES, embora isso não pareça ter implicações muito sérias; e além disso saberíamos do que se tratam, pois eclipses também ocorrem entre os satélites de Júpiter, por exemplo.

Porém, sem a Lua as noites teriam uma iluminação uniforme, já que exceto pelas luzes das cidades é a luz do luar que faz a noite clara. Isso já traria algumas implicações na evolução das espécies.

Predadores noturnos levam vantagem.Basta lembrar que o nosso medo natural do escuro vem do fato de não conseguirmos enxergar bem com pouca luz, ao contrário de certos animais predadores, que sem o luar teriam vantagem em suas caçadas noturnas.

Sem a Lua, o ciclo das marés também seria diferente. Ainda existiria a alternância entre marés alta e baixa (as marés também são provocadas pela ação gravitacional do Sol), só que em menor intensidade – 70% menor.

As aves migratórias também precisam da Lua.Com menores forças de maré, também seria menor a faixa de areia que é periodicamente coberta pela água do mar, durante a maré alta, e depois exposta ao Sol durante a maré baixa. Acontece que essa faixa de areia é habitada por uma grande diversidade de seres, importantes não somente para a vida marinha, mas também para diversas espécies de aves migratórias, que deles se alimentam.

Diariamente ocorrem duas marés altas (ou preamares)
e duas marés baixas na Terra. Este ciclo é um efeito
conjunto da força gravitacional do Sol e da Lua.

Sem a Lua, os dias na Terra seriam mais curtos – estima-se algo em torno de 18 horas – pois as forças de maré reduzem a rotação do planeta, alongando o dia.

É fácil de entender: tais forças agem igualmente nas partes sólidas e fluídas do planeta, mas sua ação nos líquidos é mais evidente. Assim, ao "puxar" os oceanos friccionando-os contra a crosta sólida, duas vezes por dia e por bilhões de anos, pouco a pouco diminuiu a velocidade de rotação da Terra – aumentando a duração do dia.
A lua:

2 comentários:

Aldebaran

Para aqueles que são facinados pelos mistérios do universo.