quinta-feira, 24 de março de 2011

Astrônomos descobrem estrelas mais frias do Universo


Uma equipe internacional de astrônomos acaba de descobrir o astro mais frio detectado até agora fora do Sistema Solar, a cerca de 75 anos- luz (712 trilhões de km) da Terra, informou, nesta quarta-feira (23), em comunicado, o Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica (CNRS).

Trata-se de uma estrela-anã marrom que faz parte de um sistema binário batizado CFBDSIR 1458 10 e que tem uma temperatura de aproximadamente 100 graus centígrados.

Chamada de CFBDSIR 1458 10B, a estrela é menos brilhante e mais fria do que sua companheira, a CFBDSIR 1458 10A. As duas têm um tamanho parecido com Júpiter, orbitam a uma distância três vezes maior da que separa o Sol da Terra, com um período orbital de 30 anos, segundo o Observatório Europeu Austral (ESO).

A descoberta foi publicada hoje na revista científica Astrophysical Journal.

A CFBDSIR 1458 10A já é muito fria, pois tem entre 250 e 300 graus, indicou o comunicado do CNRS. Com essas temperaturas, os cientistas esperam que ambas as estrelas tenham propriedades distintas de outras anãs marrons conhecidas e se pareçam com os exoplanetas (fora de nosso Sistema Solar) gigantes.

"Poderiam até ter nuvens de água na atmosfera", disse Michael Liu, do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí (EUA), um dos autores do estudo.

A estrela CFBDSIR 1458 10A foi descoberta em 2010 por uma equipe de franceses e canadenses, respectivamente do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble, por Philippe Delorme, e da Universidade de Montreal, por Loïc Albert.

O mesmo instrumento usado nessa descoberta permitiu que os astrônomos encontrassem, agora, em colaboração com o professor Liu, a nova estrela anã. O Very Large Telescope (Telescópio Muito Grande, em tradução, o VLT) do ESO, situado no Chile, foi usado para estudar o espectro infravermelho do sistema binário e medir sua temperatura.

"Ficamos emocionados por comprovar que esse objeto tinha uma temperatura tão baixa, mas não podíamos adivinhar que se tratava de um sistema binário com um componente ainda mais interessante e mais frio", assinalou Delorme, coautor do estudo.

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